Chamada para dossiê 2022/1 - O Impacto do Apocalipse de João na história e na cultura
Os estudos de imaginário e de recepção reconhecem o papel central que os textos apocalípticos têm na formação da cultura ocidental. O Apocalipse de João é dentre eles o mais icônico, devido ao papel que ocupa no cânon cristão. Esse papel central também se deve a seu potencial imagético e simbólico. Nele encontramos, entre outros, a grande visão do trono de Deus e da entronização do Cordeiro, a execução das pragas escatológicas, a apresentação dos inimigos do povo de Deus na forma de grandes monstros, a destruição de Babilônia, a batalha final, além da apresentação da Nova Jerusalém, dos novos céus e nova terra. Além da riqueza das imagens, o Apocalipse se constitui de uma narrativa dramática, ora em primeira pessoa, na perspectiva do visionário João, ora em descrições de seres, lugares e situações maravilhosos. Esse potencial imagético e narrativo do Apocalipse não passou despercebido de místicos e artistas. Depois dos evangelhos o Apocalipse é a obra mais representada nas artes. É desse texto seminal que derivam nossas imagens dos grandes conflitos cósmicos, do mundo como palco de crise, do domínio divino sobre o mundo, das esperanças do tempo do retorno do Messias, da instauração de um mundo vindouro de justiça e felicidade.
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