Música e Liturgia na Contemporaneidade
(Des)afinando a liturgia na tensão entre as tradições, as tendências e as culturas brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.22351/et.v64i3.2984Palabras clave:
Música, Liturgia, Culto, Contemporaneidade, CulturaResumen
Este artigo pretende criar um debate e provocar uma tensionamento entre Música – Liturgia – Contemporaneidade a partir de elementos constitutivos como as tradições, as tendências e as culturas brasileiras e no geral. A questão que está em jogo é como relacionar liturgia e música, entendendo a própria liturgia e a música como resultado de um processo permanente de relação entre tradição e contemporaneidade. Como “afinar” liturgia e música? Como “desafina-las” quando as harmonias não correspondem aquilo que o culto é: expressão viva, simbólica, ritual e musical do Evangelho? O artigo aborda o tema como se este fosse uma casa, sendo cada uma das perspectivas uma janela que lança luz na relação e no tensionamento. A primeiro ponto é a janela do próprio conceito de culto e da liturgia. O que se entende por liturgia e por culto? Em seguida, abre-se a janela da música do culto. O que faz determinada música ser música do culto? É o texto, a melodia, a harmonia, o ritmo, os instrumentos, a pessoa que compõe ou a pessoa que executa a música ou o lugar onde é executada? A terceira janela é a janela da Reforma Protestante. Que luzes podemos receber dessa janela, de 500 anos (e já alguns anos)? Em seguida, abre-se uma quarta janela, a janela da inculturação ou decolonização litúrgica. Como a música e a liturgia se relacionam com a cultura, o contexto e a política? Ou: Existe uma diferença entre a música do culto e a “do mundo”, entre música sacra e profana, tradicional e contemporânea? Que sociedade a música cria? Por fim, abre-se (talvez só meia janela) a janela da contemporaneidade. Iluminada a casa, com a luz que vem dessas cinco janelas, podemos traçar alguns critérios e princípios para pensarmos a música e a liturgia na contemporaneidade no Brasil.