SANGUE E VÔMITO:
REINSCRIÇÃO TRANSGRESSIVA EM IS 4,2-6
Mots-clés :
reinscrição trasngressiva, Is 4,2-6, liderança profético-extática feminina, comunidade campesina, Templo de JerusalémRésumé
Identificação do recurso retórico de “reinscrição transgressiva” no nível histórico-redacional de Is 4,2-6. Esboço de análise retórica e histórico-social da perícope, após revisão da literatura relacionada à “reinscrição transgressiva”. O oráculo utiliza representativo conjunto de termos técnicos sacerdotais, inclusive de termos de uso exclusivo do Templo de Jerusalém, transgredindo-os no sentido de sua naturalização e neutralização, sendo possível identificar, no horizonte de produção do poema, a presença de comunidade campesina, sob a liderança político-religiosa de mulheres, em conflito com o poder hierocrático hegemônico do clero de Jerusalém. Is 4,2-6 constitui quiasmo em cujo centro – v. 4 – elabora-se o papel da liderança profético-extática feminina, que espera retornar ao múnus sagrado após intervenção de Yahweh, após o que a comunidade campesina voltará a sentir orgulho e honra de seu trabalho, ela que é a autêntica “glória de Yahweh”.