O tempo messiânico e a provisoriedade do tempo político
interlocuções teológicas com Giorgio Agamben
DOI :
https://doi.org/10.22351/et.v64i1.1455Mots-clés :
Messianismo, Política, Teologia, Patrimônio CulturalRésumé
O tema deste ensaio discorre sobre o tempo messiânico e a relatividade do tempo político. O uso do mundo é condição e possibilidade de se viver o novo éon, a nova vida em Cristo, e o político faz parte dessa provisoriedade. Esse tema é abordado a partir do filósofo italiano Giorgio Agamben, em diálogo com autores da teologia, em especial o reformador Martinho Lutero. Ambos os autores são intérpretes do apóstolo Paulo, que tomam a carta aos Romanos como fundamento de seu pensamento. O problema está relacionado à interpretação messiânica de políticos brasileiros, que desconsideram a dimensão do tempo messiânico, o qual rompe com toda a possibilidade de entronização de messias políticos. O objetivo deste ensaio é analisar o conceito de tempo messiânico e buscar reflexões teológicas úteis para posicionamentos políticos relevantes. A metodologia é bibliográfica e conceitual, com foco na obra “O tempo que resta: Um comentário à Carta aos Romanos”, de Agamben. Como resultado, busca-se clarificar conceitos sobre a profanação das coisas do mundo a partir do tempo messiânico, como crítica aos messianismos políticos e religiosos.