Educação cristã
reflexões sobre práticas contemporâneas
DOI:
https://doi.org/10.22351/et.v65i1.4171Palavras-chave:
Educação Cristã, Formação integral, Discipulado, Transformação, Fé e realidadeResumo
A educação cristã, desde suas origens no catecumenato, configura-se como um processo formativo integral, centrado na vivência comunitária, na ética e na espiritualidade. Inspirada na paideia grega, visava moldar o caráter e a fé dos iniciantes, culminando no Batismo. No período patrístico, pensadores como Agostinho destacaram a interioridade e a catequese como método pedagógico. Na Idade Média, a escolástica conciliou fé e razão, com Tomás de Aquino como principal expoente. A Reforma Protestante ampliou o acesso à educação, enfatizando a leitura bíblica e o papel da família, com Lutero e Calvino defendendo uma formação universal e humanista. Do século XVII ao XX, o Iluminismo criticou a educação cristã por limitar a razão e a liberdade, propondo uma educação laica e estatal. Contudo, em regiões reformadas, a fé cristã dialogou com a razão, mantendo sua influência ética. Nas Américas, a educação cristã expandiu-se com a colonização, marcada pela catequese indígena e ensino religioso. No século XIX, escolas confessionais cresceram, e no século XX, a educação cristã incorporou ciência, cidadania e direitos humanos. As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), ligadas à Teologia da Libertação, promoveram educação popular e crítica, fortalecendo a fé como instrumento de justiça social. As Escolas Dominicais e a Missão Integral consolidaram a educação cristã evangélica, integrando ensino bíblico, formação de caráter e ação social. Influenciada por Paulo Freire, a educação cristã atual valoriza o diálogo entre fé e realidade. A aprendizagem cristã é contínua, relacional e transformadora, envolvendo cognição, afetividade e atitude, formando pessoas seguidoras de Jesus e comprometidas com o Evangelho e com a transformação da sociedade.