O INCONSCIENTE É A CHAVE PARA O CONSCIENTE:
A PSIQUE HUMANA, SEGUNDO C. G. CARUS
Palavras-chave:
Inconsciente, consciente, alma humana, psicologia, C. G. CarusResumo
Este artigo tem por objetivo iniciar um processo de resgate da obra de Carl Gustav Carus para a pesquisa acadêmica no ambiente lusófono. Conhecido por ser um dos últimos representantes do Romantismo alemão, este médico, filósofo, artista plástico e psicólogo deixou uma obra rica e pouco explorada, principalmente, tendo-se em vista a influência de seu pensamento no desenvolvimento posterior da Psicologia do Profundo. Neste intento, este resgate inicial ocupa-se com a série de preleções apresentadas no semestre de inverno de 1829/30 junto à Universidade de Leipzig, sob o título “Preleção sobre Psicologia”. Já aqui desenvolve as bases do seu pensamento que mais tarde são aprofundadas nas suas principais obras Psyche (Psique, 1846), Symbolik der menschlichen Gestalt (Simbolismo da forma humana, 1858), Natur und Idee (Natureza e Ideia, 1861) e vergleichende Psychologie (Psicologia Comparativa, 1866). Fundamental em seu pensamento é a importância dedicada ao conceito de inconsciente para a compreensão da vida psíquica: ele é a chave para o consciente! Neste sentido, a alma humana é vista como uma particularização da ideia em si, que é o próprio Deus, e cuja autocompreensão consciente é a finalidade da vida humana. Ela emerge do seu sono profundo, de seu estado indiferenciado em direção ao despertamento consciente, para depois de sua peregrinação durante o processo de vida, imergir novamente neste oceano eterno de vida que perpassa tudo o que existe.