CRUCIFICAÇÃO E ABUSO SEXUAL

Autores

  • David Tombs

Palavras-chave:

Jesus, Crucificação, Abuso sexual, Tortura, Terror de Estado

Resumo

Este artigo recorre à hermenêutica da libertação latino-americana para ler as narrativas dos evangelhos sobre a crucificação à luz dos relatos de tortura na América Latina. As práticas de tortura empregadas por regimes autoritários da América Latina nos anos 1970 e 1980 mostram como a tortura foi usada para o terror de Estado. Relatos sobre essa época também confirmam a frequência da violência sexual em práticas de tortura. Aplicando essa perspectiva a uma leitura das narrativas dos evangelhos, o artigo sustenta que os romanos também usaram a crucificação como terror de Estado. As crucificações romanas eram punições públicas para intimidar e controlar escravos e povos sujeitados. Além disso, para reforçar a mensagem de terror, as crucificações incluíam humilhação sexual para degradar e rebaixar suas vítimas. O artigo sustenta que o desnudamento e a exibição de Jesus nu registrados nos evangelhos constituíram uma forma de humilhação sexual e deveriam ser chamados de abuso sexual. Ele também pergunta se outros abusos sexuais poderiam ter ocorrido no pretório. Conclui que a possibilidade de outros abusos é uma questão importante a ser considerada, mesmo que não possa ser respondida com certeza.

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Publicado

2021-08-19

Como Citar

Tombs, D. (2021). CRUCIFICAÇÃO E ABUSO SEXUAL. Estudos Teológicos, 59(1), 119–132. Recuperado de http://revistas.est.edu.br/index.php/ET/article/view/338