O ABORTO SELETIVO COMO CAMINHO PARA O INFANTICÍDIO
Palavras-chave:
Aborto Seletivo, Infanticídio, Ética UtilitaristaResumo
Em muitos países é possível optar pelo aborto em caso de diagnóstico de anomalias fetais. Alguns intelectuais, como Peter Singer, Francesca Minerva e Alberto Giubilini, entendem e defendem, com base em uma visão ética utilitarista, que sob a mesma justificativa o infanticídio se torna moralmente correto. Tais filósofos são claros em suas conclusões, e é nesse contexto que o presente artigo propõe discutir algumas das consequências dessa visão de mundo. Utilizando o método bibliográfico, procuramos dar forma à discussão, apresentando o caso da Síndrome de Down. Aludindo à impossibilidade, sob a justificativa utilitarista, de defender o aborto e rejeitar o infanticídio, como proposto por Henrik Friberg-Fernros, apresentamos a perspectiva humanista, em diálogo com Jürgen Habermas e Hannah Arendt, como contraposição ao relativismo ético. Os autores deste artigo concluem que, se moralmente aceito, como forma de eliminação do sofrimento e garantia da qualidade de vida, o aborto seletivo abre caminho para a viabilidade moral do infanticídio.