Um homem – uma mulher, uma serpente e uma maçã:
uma reinterpretação do mito fundante do povo hebreu na perspectiva do protestantismo renascentista
Palavras-chave:
Mito Fundante, Lucas Cranach, Protestantismo RenascentistaResumo
O artigo resgata alguns elementos fundamentais do mito da criação do ser humano segundo o texto veterotestamentário em Gênesis 1-3, em que mito não é entendido como algo inventado, falsidade, engano ou ficção, mas como um modo de falar, ver, sentir e crer, embora o objetivo do artigo não seja entrar no mérito textual exegético da narrativa. Esse modo de representação pode ser alterado no transcorrer dos séculos e reeditado para novas concepções teológicas, como foi o caso no protestantismo renascentista. A análise da obra de Lucas Cranach, o Velho, “pintor da Reforma protestante”, nomeadamente a obra Adaão e Eva (1533) em três segmentos: Um Homem – uma mulher; O mito da serpente – uma metáfora da sexualidade sagrada; O mito do fruto proibido – uma metáfora da aquisição do conhecimento humano. Em seus conteúdos transparecem os conceitos de lei e graça, tão importantes e decisivos na rearticulação teológica do protestantismo renascentista.