Gêneres Esquecides
Reconhecimento não-binárie em políticas de justiça de gênero
Palavras-chave:
Não-Binariedade. Reconhecimento. Cis-Heteronormatividade. Políticas de Justiça de Gênero. Teologia Queer.Resumo
Pessoas não-bináries existem – e, ainda assim, seguem sistematicamente apagadas, negligenciadas ou ativamente excluídas de discursos políticos, teológicos e institucionais. Este artigo investiga as causas e os mecanismos desse apagamento, situando-os em uma matriz cis-endo-hetero-colonial que define violentamente quais corpos e gêneres são reconhecidos como legítimos e inteligíveis – e quais não são. A partir dessa fundamentação teórica, analisa-se crítica e exegeticamente duas políticas institucionais de justiça de gênero: a da Federação Luterana Mundial (2014) e a da Faculdades EST (2015). Demonstra-se que ambas, ao reconhecerem apenas mulheres cis ao lado de homens cis, reproduzem uma estrutura cis-endo-hetero-colonial, mesmo quando afirmam buscar igualdade e justiça de gênero. Em contraponto, o artigo desenvolve uma leitura queer-teológica de Gênesis 1,27; Gálatas 3,28; e Gênesis 2, evidenciando o potencial não-binárie desses textos para uma teologia (verdadeiramente) libertadora. Com base na teoria do reconhecimento de Axel Honneth, propõe-se compreender o reconhecimento de pessoas não-bináries como uma questão de justiça – uma prática política, linguística e teológica transformadora, capaz de criar condições concretas para vidas não-bináries seguras, visíveis e dignas.
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