Angústia e desespero na obra Quarto de Despejo

Diário de uma Favelada, de Carolina Maria de Jesus, em diálogo com Paul Tillich

Resumo

Objetiva-se, no presente artigo, analisar a obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, a partir do conceito de angústia do filósofo e teólogo Paul Tillich. O estudo contempla três questões principais: 1) angústia do destino e da morte; 2) angústia da vacuidade e insignificação; e 3) o desespero.  Por se tratar de um pensamento que sempre se construiu “na fronteira”, os textos do filósofo/teólogo trazem elementos fecundos para possíveis diálogos com outras formas de saber. A conclusão aponta para um elemento central no Diário, a saber: embora a obra literária possua seus excedentes e suas rotas de fuga, a fome atravessa todo o Diário, gerando medo, angústia e desespero à existência da narradora.