Ressentimento e intolerância da extrema direita católica
uma reflexão teológica sobre a rejeição à misericórdia proposta por Francisco
DOI:
https://doi.org/10.22351/et.v64i1.2937Palavras-chave:
Ressentimento, Intolerância, Francisco, Teologia, Misericórdia e EducaçãoResumo
O crescimento da extrema direita é um fenômeno constatável em diversos países e, historicamente, sabe-se que setores da Igreja Católica sempre estiveram alinhados com seu projeto político. Vários fatores socioculturais e políticos explicam essa polarização, que condiciona a religiosidade das pessoas. No atual pontificado, a extrema direita parece ter se afirmado e encontrado uma cidadania, visibilizada principalmente nas redes sociais. Além disso, percebe-se que há uma resistência pública e fortemente declarada dentro da estrutura eclesiástica católica, encontrando terreno fecundo contra as reformas promovidas pelo Papa Francisco. Dessa forma, a oposição e o ataque ao Papa Francisco ocorrem não somente fora da Igreja, mas principalmente dentro dela, por meio de grupos bem-organizados que resistem ao avanço de pautas centradas no diálogo, na inclusão, na justiça social e na acolhida das vítimas. Neste artigo, procurar-se-á demonstrar que o financiamento da oposição feita pela extrema direita tem sua raiz na centralidade que Francisco dá à misericórdia. A reflexão será desenvolvida em três momentos: no primeiro, abordar-se-á o tema do ressentimento e da intolerância no contexto da extrema direita; no segundo, apresentar-se-ão as pautas evangélicas protagonizadas pelo Papa Francisco em suas reformas eclesiais; e, no terceiro, propor-se-á um caminho educativo que reflita sobre esta situação social e eclesial.