APRENDENDO A DESFAZER UM NÓ DE VÍBORAS:
FRANÇOIS MAURIAC ENTRE TESES AGOSTINIANAS E PASCALIANAS
Keywords:
François Mauriac, cristianismo burguês, nó de víboras, Agostinho, PascalAbstract
O presente artigo tem a finalidade de descrever e relacionar o pensamento de François Mauriac (1885-1870), especialmente o expresso no livro Nó de Víboras, com algumas teses teológicas e filosóficas de Agostinho de Hipona e Blaise Pascal. Através da literatura, o católico Mauriac, pretende fazer uma crítica ácida e realista ao que denomina de cristianismo burguês. Os personagens presentes em sua obra já mencionada representam as máscaras que podem existir num cristianismo que virou uma mera expressão ritualística. O processo de secularização que envolveu a Europa no contexto do século XIX e início do XX, está colocado como pano de fundo e a vida em uma sociedade, aparentemente cristã, não passa de mera bajulação, fingimento e adulação. Contudo, diante do desespero, da finitude e da tragédia da existência humana, Mauriac ressalta através do pensamento pascaliano e da filosofia agostiniana as possibilidades de superação do simulacro religioso. O mal, em todas as suas formas e expressões, só pode ser vencido se houver um enfrentamento real da situação e uma ressignificação do relacionamento com o sagrado, afinal, como dizia Mauriac, através de seu personagem principal, o nó de víboras, presente em cada coração humano e cada lar marcado pela hipocrisia, só pode ser desatado e cortado por aquele que veio trazer a espada à Terra, conforme relatam os Evangelhos.








