AS VIRAGENS DA TEOLOGIA

LIBERTANDO O SINGULAR E O DIFERENTE

Resumo

Este artigo apresenta o percurso da teologia cristã desde os anos 1960 até à contemporaneidade, por meio de caracterização e análise das quatro “guinadas” pelas quais a teologia vem passando nesse período: a viragem antropológica, a histórico-social, a ecológica e a decolonial. Ao acompanhar na história o movimento de abertura à antropologia pelo método transcendental kantiano-rahneriano e o contínuo processo de sínteses e autocríticas a que ela vai se propondo a partir daí, demonstra-se a vocação da teologia cristã a libertar-se para libertar, tomando consciência das próprias tendências à universalização e ao essencialismo, herdadas da modernidade, esforçando-se por despir-se delas e evoluindo em direção ao resgate do singular e do diferente. Evidencia-se que o caminho para atingir esse objetivo é a mudança de paradigma: do pensamento analítico para o sistêmico, da intersubjetividade à inter-relacionalidade. Constata-se, ao fim, que a teologia deve associar-se a todas as lutas legítimas pela justiça se quiser ser fiel à sua missão, pois omitir-se diante dessas causas seria fazer-se conivente com o mal, que é sistêmico.