As “Pretas Feiticeiras” na perspectiva da Arqueologia da Diáspora Africana
Palavras-chave:
Arqueologia da Diáspora Africana, Mulheres negras, Religiões de matriz africanaResumo
Este artigo aborda algumas questões sobre a materialização das crenças afro-religiosas praticadas nos lares das mulheres negras nas periferias de Bagé e de Pelotas, compreendendo esses conhecimentos situados enquanto saberes afro-diaspóricos ancestrais, perpassados por gerações, através da oralidade. Seguindo a busca por uma prática arqueológica feminista e decolonial, esta etnografia arqueológica, desenvolvida a partir da observação e do convívio com essas mulheres, demonstra como seus saberes e experiências foram importantes no processo de aprendizado sobre a materialização do sagrado afro-religioso, tornando suas narrativas centrais no entendimento sobre a potência existencial das coisas que fazem morada em suas Casas e aquelas que podemos identificar em escavações arqueológicas. Nesse sentido, a crítica feminista e decolonial sobre a Arqueologia da Diáspora Africana pode contribuir com novas epistemologias, ancoradas nas subjetividades e agenciamentos dessas mulheres negras que resistem cotidianamente às opressões e privações impostas pela colonialidade. Essa postura visa contribuir ainda com leituras mais abrangentes sobre os contextos arqueológicos da diáspora africana, incluindo perspectivas que dialogam com as comunidades negras da contemporaneidade.
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