ELEMENTOS DA NOVA PERSPECTIVA SOBRE PAULO A PARTIR DE REPRESENTANTES CLÁSSICOS
Palavras-chave:
Paulo, Judaísmo, Nova Perspectiva, Nomismo da Aliança., Obras da leiResumo
As cartas do apóstolo Paulo constituem um desafi o. Sua recepção não foi consensual. Porém, a ocupação com elas cativou e impactou pessoas a ponto de se tornarem personagens cuja interpretação de Paulo se impôs e marcou decisivamente a história da teologia e igreja. Martim Lutero foi um exemplo clássico disso. Ocupando-se intensivamente com as cartas de Paulo aos Gálatas e Romanos, Lutero achou a chave hermenêutica para compreender a justiça de Deus como justifi cação do pecador somente pela fé em oposição às obras. Exceções e variações à parte, essa compreensão de justiça de Deus foi determinante para a exegese protestante posterior, e no “ocidente cristão” infl uenciou fortemente a compreensão do judaísmo como religião meramente legalista, à qual Paulo se opôs com veemência em suas cartas. Dos anos de 1960 em diante, surgiu uma nova leitura de Paulo e do judaísmo de seu tempo. Ela tornou-se conhecida como nova perspectiva sobre Paulo. Nela, questiona-se principalmente a exegese alemã. Isso causou reações materializadas em rica produção literária que não pode mais ser ignorada na pesquisa acadêmica sobre Paulo e o judaísmo. O presente artigo destaca, sobretudo, aspectos do debate da nova perspectiva sobre Paulo no contexto da exegese alemã. Para tal, os nomes de Stendahl, Sanders e Dunn são referência básica.