HOMO INCOMPLETUM

o vazio como estado existencial e a espiritualidade integral

Abstract

Este artigo propõe uma análise antropológico-filosófica da condição humana a partir do conceito de homo incompletum, argumentando que o vazio existencial não representa meramente uma deficiência ontológica, mas constitui o fundamento essencial para o desenvolvimento de uma espiritualidade integral e autêntica. Por meio de uma investigação interdisciplinar que articula filosofia existencial, psicologia humanista e teologia contemporânea, busca-se demonstrar como a contemporânea "ditadura da felicidade" compromete a possibilidade de uma experiência existencial significativa ao negar a dimensão constitutiva da incompletude humana. A partir da logoterapia de Viktor Frankl, da fenomenologia existencial e da teologia do Deus absconditus, propõe-se um modelo interpretativo que reconhece a aceitação da incompletude como condição sine qua non para uma vida espiritualmente profunda e existencialmente significativa, apontando caminhos para uma espiritualidade integradora que transcende os reducionismos contemporâneos.