Questionamentos sobre o ideal de objetividade e universalidade

teologia feminista e a hermenêutica em Rubem Alves

Autores

  • Carolina Bitencourt da Costa Faculdades EST

Palavras-chave:

objetividade, hermenêutica, imaginação, teologia feminista

Resumo

O tema geral do presente artigo é a questão do ideal de objetividade e universalidade na produção do conhecimento acadêmico. O objetivo é analisar o contexto em que esse ideal é construído, tanto no campo científico quanto no teológico, e os desdobramentos desse ideal nas relações de poder entre os produtores de conhecimento, bem como entre esses produtores e as pessoas consideradas leigas. Para tanto, utiliza-se o método hermenêutico e a bibliografia comparativa, partindo da perspectiva de Rubem Alves sobre o papel da imaginação na formação da consciência humana e da hermenêutica feminista. Constatou-se, assim, que não é possível garantir a objetividade na construção de qualquer conhecimento, pois toda reflexão, científica ou teológica, parte das experiências contextuais do sujeito pesquisador. Além disso, os discursos apresentados como universais, assim como a imposição de uma forma de pensar objetivista, reforçam relações de poder excludentes. Conclui-se que a imaginação é parte constitutiva do ser humano e que a melhor forma de se aproximar de uma objetividade na construção do saber é assumindo a influência da subjetividade e dos contextos dos quais essa construção parte.

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Publicado

2025-10-02

Como Citar

BITENCOURT DA COSTA, C. Questionamentos sobre o ideal de objetividade e universalidade: teologia feminista e a hermenêutica em Rubem Alves. Cult de Cultura: Revista interdisciplinar sobre arte sequencial, mídias e cultura pop, [S. l.], v. 5, n. 1, 2025. Disponível em: https://revistas.est.edu.br/cult/article/view/4120. Acesso em: 10 out. 2025.