A relação entre a praxis religiosa e a cultura “secularizada” em uma denominação cristã estadunidense
Palavras-chave:
Cultura, Escatologia, TeologiaResumo
Os primeiros membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, fundada no início da segunda metade do século XIX, não almejavam viver muito tempo neste mundo: criam que logo Cristo voltaria literalmente e as profecias bíblicas tão demoradamente por eles estudadas se cumpririam ainda naquela geração. Assim sendo, não havia, por parte daqueles homens e mulheres pioneiros, intenção de se "misturar ao mundo", exceto sob a égide da pregação do Evangelho e divulgação das profecias. Contudo, paradoxalmente, aqueles estadunidenses viviam como filhos de sua própria época, utilizando a tecnologia nascente para seus propósitos, mas resistindo à cultura que não se encaixasse em seus paradigmas relativamente restritos. No entanto, com o passar dos anos e a não vinda de Cristo, a difundida fuga do mundo aliada ao crescente desencantamento com seu modus operandi - cada vez mais distante do estilo de vida dos adeptos da denominação - obrigou aqueles cristãos a revisitarem suas premissas iniciais. As linhas do presente artigo têm como objetivo principal analisar sucintamente como a citada denominação, ao longo de sua história, vivenciou essa dialética e quais são as perspectivas para evitar a pulverização de seus primeiros ideais, ainda anelados.