O NEGACIONISMO COMO FOMENTO DE EXCLUSÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

Abstract

As relações sociais têm apresentado dados alarmantes sobre a violência recorrente em todos os sentidos da vida humana, nos quais são identificados no âmbito escolar numa reprodução de práticas discursivas bem alinhadas ao negacionismo e discurso de ódio, refletindo em deseducação e preconceito. A falta de acesso a processos educacionais relacionados a questões de gênero, raça, classe e sexualidades por parte da gestão da sala de aula e gestão da escola não pode ser a justificativa para tamanha desinformação sobre o que fazer diante de atos violentos na sala de aula, visto que o discurso apregoado é que vivemos na chamada sociedade do conhecimento e da informação. O que vem sendo demonstrado no contexto escolar é a apatia e/ou falta de habilidade de alguns professores, coordenadores e diretores a conteúdos nas áreas acima referidas, devido ao cumprimento de uma agenda ideológica alinhada ao grande capital, à colonialidade, à política de extrema-direita, ao fundamentalismo religioso, ou, pela manutenção do status quo, ou seja, pelo privilégio por determinado marcador social, a qual esse processo é explicado em estudos como de Maria Lugones e Eleanor Burke Leacock. A falta de letramento racial, de classe, gênero, sexualidade produz prejuízos educacionais e sociais de tal modo, que tais indivíduos não tenham preparo para combater situações como assédio, machismo, LGBTQIA+fobia e racismo na sala de aula, assim como infelizmente, os sujeitos responsáveis pela gestão de sala e da escola em geral, também, cometam essas violências, nas quais são notícias em algumas escolas. Em vista disso, não conseguirão debater e abordar esses assuntos na sala de aula adequadamente do modo necessário para o processo formativo educacional de alunas e alunos. Consequentemente, tamanho despreparo terá efeito de exclusão, de evasão escolar e a permanência dos casos de violências e a manutenção de privilégios na sociedade.