PARADIGMA ANCESTRAL

Uma necessidade urgente para a construção de uma nova base civilizatória através das epistemologias de terreiro

Resumo

Este trabalho visa explorar a necessidade premente de conceber um novo paradigma no campo científico, analisando as ramificações do paradigma atual para a estrutura social. Isso implica a consideração de um ponto crucial no qual divergentes direções podem nos conduzir a entendimentos até então não concebidos e não devidamente investigados, devido à ausência de uma postura impositiva vertical. Ao invés, buscamos fundamentos filosóficos que dinamizam as civilizações africanas, anteriormente preservados nos contextos dos terreiros, destacando esses fundamentos como alicerces para esta pesquisa. Esses elementos desencadeiam reflexões que podem sustentar um novo paradigma civilizacional, denominado aqui como paradigma afro-ancestral. O propósito central desta investigação é refletir sobre e destacar o paradigma ancestral, alavancando os princípios filosóficos dinamizadores provenientes das cosmopercepções africanas e afro-brasileiras. Esta abordagem fornecerá a base necessária para a implementação da Lei 10.639/03, empregando as epistemologias dos terreiros. O escopo deste estudo visa investigar os primeiros insights sobre a construção do paradigma ancestral, especificamente nos ambientes dos terreiros localizados na região metropolitana da Grande Fortaleza, reconhecendo-os como territórios de conhecimento antagônicos ao poder dominante. O método adotado será uma pesquisa qualitativa fundamentada em um arcabouço teórico-metodológico, com o objetivo de estruturar uma base histórica, filosófica, educacional, cultural, social e econômica a partir do processo de interação ancestral. Este delineamento possibilitará a identificação de potenciais direções na compreensão do paradigma ancestral, integrando os terreiros com o ambiente escolar.