UM OLHAR DAS PRODUÇÕES DOS ESTUDOS AFRICANOS DENTRO E FORA DE ÁFRICA

Resumo

O presente trabalho objetiva-se em apresentar uma reflexão sobre o olhar das produções dos estudos africanos dentro e fora da África na contemporaneidade. A história do continente africano durante muito tempo tem sido marcada como um território carregado de estigmatização, estereótipos e clichês. Entretanto, as produções que são feitas sobre África, foram marcadas e convencionadas pelas teorias do racismo científico sobre o povo que se configura no território africano. Os estudos africanos surgiram nos EUA através de circunstâncias políticas e geopolíticas americanas e internacionais na década de 1960, com intuito da luta pelos direitos civis e a descolonização da África. Após a institucionalização vão surgindo outros países como o Brasil ligado por questões afrodescendentes como é o caso também dos Estados Unidos. Ainda nessa onda de ideias, posteriormente surgem intelectuais que se dedicaram ao estudo da África fora do âmbito acadêmico e antes mesmo de os Estudos Africanos se tornarem parte dos currículos escolares. Diante disso podemos nos questionar o que são estudos africanos? o que se propõe os estudos africanos? Quais são os fundamentos dos estudos africanos e quem pode falar sobre? A obra de Paulin Hountondji apresenta duas perspectivas teóricas para entender sobre os estudos africanos: Conhecimento de África, conhecimento de africanos. Desse modo, estudar a África é compreender uma sociedade, no tempo e no espaço, na plenitude da sua complexidade. Os estudos africanos se encarregam de estudar o passado e presente dos africanos. Os estudos africanos foram introduzidos e desenvolvidos temas sobre estudos da África deste conhecimento endógeno, metodologia, tradição e cosmopolitismo em África. Os estudos africanos são feitos por africanos e africanistas com a finalidade de desmistificar, desconstruir, reverter esses conhecimentos que foi escrito e deturpado por muito tempo pelos colonizadores sobre a história da África. Entretanto, a produção dos estudos africanos na contemporaneidade tanto fora como em África está resistindo e dando passos significativos. A pesquisa tem o caráter descritivo e reflexivo, de cunho bibliográfico.