E EU NÃO SOU UMA MULHER

A contribuição do Projeto Lélia Gonzalez Unilab-CE para o meu despertar como mulher negra

Resumo

Nossa história é construída pela dor. Eu fui criada por meus avós, neta de um operário e de uma avó dona de casa. Meus avós sempre me incentivaram a minha permanência na escola. Eu sou a primeira mulher da minha família a entrar na universidade, mas o meu ingresso só foi possível 8 anos depois de concluir o ensino médio, porque naquele momento o mais importante era me manter, então fui para o mercado de trabalho. Encontrei muitas dificuldades, a partir disso fui buscar auxílio em cursinho pré-vestibular, oferecido pelo governo federal chamado “Educação para todos”. Em 2005, consegui entrar na Universidade Católica de Salvador, mas a parcela era de 58,00, achei que não daria conta de permanecer, daí consegui acessar o FIES, em 2005, passei para o curso de Serviço Social. A presente comunicação é um relato de experiência e tem como objetivo principal: compartilhar minha experiência de vida, somada às contribuições do Projeto de Extensão e Pesquisa Lélia Gonzalez, Presente! Formação Interdisciplinar, Intelectual e Política sobre o Pensamento Feminista Negro para o Empoderamento de Mulheres Negras, oferecido pela Universidade da Integração da Lusofonia Afro-brasileira (Unilab-Ceará). A base teórica é da “Escrevivência” de Conceição Evaristo (2016), para ela a experiência ultrapassa a noção de escrita, não se aprende na escola, tem como foco as experiências pessoais, individuais ou coletivas. A metodologia é qualitativa baseada no Relato de Experiência. A intenção é demonstrar como a Unilab-Ceará, tem feito a diferença no modo de produzir e compartilhar conhecimento, como participante do Projeto Lelia Gonzalez, Presente! tem me incentivado a não desistir dos meus sonhos e persistir no que eu acredito. Com essa comunicação, eu quero disseminar o papel da mulher negra a partir de saberes/experiências para além contribuir para a emancipação de outras mulheres negras na sociedade brasileira.