O CARREGO NÃO É COLONIAL
UMA APOLOGIA ÀS FORMAS AFRODIASPÓRICAS RITUALIZADAS DE ALIMENTAR BOCAS INVISÍVEIS
Palavras-chave:
Carrego colonial, Decolonialidade, Candomblé, DiásporaResumo
Tomando como base a análise de material etnográfico recolhido durante uma pesquisa de Pós-Doutorado em Antropologia Social, na UFRN (2022), este artigo dialoga com o conceito de “Carrego colonial”, proposto por Luiz Antônio Simas e Luiz Rufino (2019), em sua obra Uma flecha no tempo. Tal conceito tem sido muito replicado no contexto de estudos decoloniais em diferentes áreas do conhecimento. Mesmo reconhecendo a potencialidade heurística do conceito, o modismo em torno dele inflaciona sua capacidade analítica, criando aproximações acríticas entre a palavra que se refere a um importante artefato sagrado da diáspora africana no Brasil e os resquícios de colonialidade com os quais o artefato não mantém relação. Há aqui uma questão que passa pelo plano da linguagem, mas que vai além dela. Para ampliar a discussão, a partir dos sentidos êmicos, socialmente compartilhados pelo povo de candomblé em torno da palavra e da coisa, retomamos a filosofia do conhecimento proposta por Simas e Rufino, questionando o conceito e propondo caminhos alternativos à operacionalização de uma linguagem compatível com uma desconstrução de formas de colonialidade, ainda presentes no plano da linguagem.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.