O CARREGO NÃO É COLONIAL
UMA APOLOGIA ÀS FORMAS AFRODIASPÓRICAS RITUALIZADAS DE ALIMENTAR BOCAS INVISÍVEIS
DOI:
https://doi.org/10.22351/id.v29i2.3418Palavras-chave:
Carrego colonial, Decolonialidade, Candomblé, DiásporaResumo
Tomando como base a análise de material etnográfico recolhido durante uma pesquisa de Pós-Doutorado em Antropologia Social, na UFRN (2022), este artigo dialoga com o conceito de “Carrego colonial”, proposto por Luiz Antônio Simas e Luiz Rufino (2019), em sua obra Uma flecha no tempo. Tal conceito tem sido muito replicado no contexto de estudos decoloniais em diferentes áreas do conhecimento. Mesmo reconhecendo a potencialidade heurística do conceito, o modismo em torno dele inflaciona sua capacidade analítica, criando aproximações acríticas entre a palavra que se refere a um importante artefato sagrado da diáspora africana no Brasil e os resquícios de colonialidade com os quais o artefato não mantém relação. Há aqui uma questão que passa pelo plano da linguagem, mas que vai além dela. Para ampliar a discussão, a partir dos sentidos êmicos, socialmente compartilhados pelo povo de candomblé em torno da palavra e da coisa, retomamos a filosofia do conhecimento proposta por Simas e Rufino, questionando o conceito e propondo caminhos alternativos à operacionalização de uma linguagem compatível com uma desconstrução de formas de colonialidade, ainda presentes no plano da linguagem.
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