Coisas do gênero: Revista de estudos feministas em teologia e religião https://revistas.est.edu.br/genero <p><strong>Coisas do Gênero</strong> é um periódico eletrônico semestral do Núcleo de Pesquisa de Gênero e do Programa de Gênero e Religião da Faculdades EST. A revista publica pesquisas científicas, relatos de experiências, resenhas e entrevistas inéditas escritas em português e espanhol e traduzidas de outros idiomas. Enfoca a produção em Estudos de Gênero, Feministas e de Diversidade Sexual nas áreas das Ciências Humanas e Ciências Sociais. Tem caráter interdisciplinar e inclui o entrecruzamento das questões de gênero e sexualidade com outros marcadores sociais como classe social, raça e etnia, geração, deficiência. Assume como foco principal a produção no âmbito da Teologia e das disciplinas que se ocupam com o estudo das religiões.</p> <p><strong>ISSN 2447-2654 / Qualis A2</strong> (segundo Quadriênio 2017-2020)</p> Faculdades EST pt-BR Coisas do gênero: Revista de estudos feministas em teologia e religião 2447-2654 Da educação das mulheres https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2713 <p>Resenha da obra: LACLOS, Choderlos de. <strong>Da educação das mulheres.</strong> 2. ed. Trad. Luís Leitão. Lisboa: Antígona, 2019. 142 p.</p> Ermelinda Liberato Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 386 389 A vida em um baú https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3026 <p><strong> </strong></p> <p><strong>Resumo</strong></p> <p>Este artigo busca, através da história de vida de uma mulher descendente de imigrantes alemães no sul do Brasil, evidenciar como a cultura, as tradições e a religiosidade moldaram as identidades e os papéis sociais das mulheres nas colônias rurais, onde o trabalho braçal era essencial para a sobrevivência. Através de um estudo de caso, o artigo discute a divisão sexual do trabalho, o controle patriarcal sobre o corpo das mulheres, e o papel delas na educação e vida comunitária, ilustrando como a religiosidade e cultura influenciaram suas vidas. Analisa ainda como as experiências dessas mulheres foram moldadas por desafios e conquistas dentro de um contexto patriarcal, revelando a importância de historiografar suas vivências para construir uma compreensão justa e inclusiva da sociedade e da história luterana no Brasil.</p> <p> </p> <p><strong> </strong></p> <p> </p> <p> </p> <p> </p> Marcia Blasi Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 8 18 Presença luterana e a Comunidade de Nova Teutônia - Seara, SC https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3025 <p>Este artigo coloca-se no marco dos 200 anos de presença luterana no Brasil através de uma abordagem multidisciplinar e pretende estabelecer uma interrelação entre gênero, migrações e interculturalidade como aspectos da formação de experiências e narrativas na jornada histórica de uma comunidade luterana específica. Apresenta um estudo de caso, fruto de minha pesquisa de doutorado, sobre a construção da história de uma comunidade num espaço de conflito e de risco de desenraizamento. Interpreto uma situação em contexto de imigração com elementos interétnicos referindo-me à disputa por terra entre uma comunidade indígena Kaingang da Terra Indígena Toldo Pinhal e famílias de pequenos agricultores da região de Nova Teutônia, Seara, SC.</p> Lori Altmann Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 19 41 Lydia Borien https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3004 <p>A historiografia, em geral, e da Igreja, em particular, delegou pouco espaço e visibilidade para mulheres. Em 2024, o luteranismo celebra 200 anos de presença no Brasil. Trata-se de uma história de mulheres e homens, jovens, idosos e crianças, cuja história permanece invisibilizada, seja por motivações deliberadas ou falta de fontes de pesquisa histórica. Neste contexto, encontrar fontes autorais de mulheres se constitui em riqueza ímpar para a historiografia. Este é o caso da autobiografia de Lydia Borien, nascida na Prússia Oriental. Lydia se candidatou ao envio como noiva de missionário à África do Sul. Para esta finalidade, em 1º. de outubro de 1863, datou uma autobiografia. Após seu casamento na África do Sul, ela viria com o marido Carl para o Brasil, onde ele atuou como pastor em São Leopoldo/RS, Picada 48/RS, Novo Hamburgo/RS e Taquari/RS. O objetivo deste artigo é resgatar e analisar a autobiografia de Lydia Borien, escrita em alemão e traduzida ao português. Faremos uma contextualização inicial sobre mulheres na história e na historiografia, A seguir, faremos uma contextualização da biografia de Lydia para, finalmente, analisar sua autobiografia a partir de extratos da mesma, em diálogo com o Movimento de Reavivamento do século XIX, cuja espiritualidade ela testemunha.</p> Wilhelm Wachholz Ana Paula Moutinho Ferraz Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 42 60 Imbricações entre religião, feminismo, migração e tradicionalismo gaúcho https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2708 <p>O artigo trata – numa perspetiva diacrônica – das questões das agências e condições assumidas por mulheres na Igreja, mais especificamente através da análise das imbricações entre religião, feminismo, migração germânica e tradicionalismo gaúcho e as implicações das articulações de mulheres e teorias feministas na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Realizamos a análise atravessando questões como o processo da hegemonia gauchesca no Rio Grande do Sul, representações de branquitude e gênero, migração germânica e constituição de um ideário nacional/regional nas práticas luteranas. Como conclusão, argumentamos que não é possível compreender os processos reformadores das mulheres em Igrejas históricas apenas como relativo exclusivamente à vida religiosa.&nbsp; As mudanças também passam por questões culturais e sócio-históricas que constituem os tipos de agência realizadas pelas mulheres.</p> Joyce Aparecida Pires Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 61 85 As migrantes no La Bestia e Las Patronas que as alimentam https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2953 <p><span style="font-weight: 400;">Todos os anos, migrantes centro-americanas deslocam-se em direção à fronteira do México com os EUA, muitas delas embarcam no </span><em><span style="font-weight: 400;">La Bestia</span></em><span style="font-weight: 400;"> (também conhecido como trem da morte). Nesta jornada, quando passam pela cidade de La Patrona, recebem “pacotes de cuidados” com alimentos de um grupo de mulheres que se denominam Las Patronas. Há 28 anos Las Patronas exercem esse trabalho, que iniciou em um singelo ato de bondade, e apesar das dificuldades que elas mesmo vivenciam e da falta de apoio dos próprios familiares, entendem a importância de estarem a “espera do trem” para alimentar mulheres de todas as cores e idades, que se arriscam por uma vida melhor. O objetivo do presente trabalho será demonstrar as dificuldades vivenciadas pelas mulheres migrantes, que embarcam no </span><em><span style="font-weight: 400;">La Bestia,</span></em><span style="font-weight: 400;"> bem como as dificuldades das Las Patronas, que mesmo na escassez, lutam pela liberdade e pelos direitos humanos dos migrantes. A título de metodologia, a investigação é desenvolvida por intermédio do método de abordagem hipotético-dedutivo, instruída por uma análise bibliográfica. Como conclusão, a pesquisa, ao entrelaçar gênero, migração e as histórias que circundam o</span><em><span style="font-weight: 400;"> La Bestia</span></em><span style="font-weight: 400;">, constata que, dentro ou fora do trem, há trabalho, exaustão física e emocional. Essas mulheres são atingidas e têm suas existências precarizadas a partir de um sistema que reproduz formas distintas e agressivas de controle sobre corpos e vidas.&nbsp;</span></p> Cláudia Marília França Lima Marques Ana Luísa Dessoy Weiler Klarissa Lazzarin de Sá Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 86 101 Percursos entre Brasil e Suécia https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3012 <p>O desenvolvimento dessa pesquisa faz parte da minha dissertação de mestrado em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia (PPGAnt), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), intitulada: Uma perspectiva etnográfica da discussão sobre a homossexualidade no contexto da IECLB. Esse artigo, através de uma abordagem antropológica e de gênero, busca transitar pela experiência e narrativa da autora na perspectiva de identificar e compreender os temas sobre homossexualidade e gênero no campo religioso luterano. A partir de teóricas feministas, relaciono experiências pessoais à formação de consciência feminista e crítica. Compartilho minha trajetória pessoal e acadêmica, incluindo uma experiência em um intercâmbio na Suécia, onde observei uma abordagem mais igualitária e inclusiva, em relação à homossexualidade, na Igreja Luterana da Suécia, bem como o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Essa vivência reforçou meu interesse em discutir igualdade de gênero e diversidade no contexto religioso. Conclui-se destacando a relevância de questionar e transformar posicionamentos religiosos normativos em relação à sexualidade e gênero.</p> Tatiani Müller Kohls Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 102 120 Corpos dissidentes em mobilidade humana https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3002 <p><span style="font-weight: 400;">O objetivo geral é analisar a migração dos corpos dissidentes no contexto do direito humano à saúde das mulheres trans migrantes pelo Direito Fraterno. Os objetivos específicos são: Abordar sob a perspectiva queer e de gênero a mobilidade humana dos corpos trans e a especificidade dos seus percursos migratórios; Analisar a (in)efetivação do direito humano à saúde das mulheres trans migrantes por intermédio da Teoria do Direito Fraterno. A pesquisa é articulada a partir do método hipotético-dedutivo e instruída por uma análise bibliográfica e documental. A base teórica escolhida para o desenvolvimento da investigação é de matriz biopolítica, pela Teoria do Direito Fraterno. Assim, questiona-se: há (in)efetivação do direito humano à saúde das mulheres trans migrantes sob a perspectiva da Teoria do Direito Fraterno? É preciso resgatar a fraternidade para incorporá-la nos processos migratórios para que as mulheres trans tenham seu direito à saúde concretizado.</span></p> Gabrielle Scola Dutra Janaína Machado Sturza Cláudia Marília França Lima Marques Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 121 140 Círculos de cultura e círculos dialógicos https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2960 <p>Este artigo traz parte da intensa experiência vivida no curso de extensão "Círculos de Cultura e Círculos Dialógicos: Processos de Auto(trans)formação com Docentes", proposto pelas pesquisadoras no âmbito da UFRGS durante o segundo semestre de 2023, nos municípios de Porto Alegre e Canoas. Este curso foi elaborado com o objetivo de ser um espaço de formação dialógica voltado para professores da educação básica para&nbsp;refletir sobre o modo como os docentes enfrentam o desafio do diálogo intercultural em suas práticas pedagógicas, particularmente ao acolher crianças imigrantes nas redes de ensino. Os resultados dos três primeiros encontros enfatizaram a importância do reconhecimento da diversidade cultural no ambiente escolar e da implementação de práticas pedagógicas inclusivas. O curso permitiu aos docentes identificarem desafios específicos enfrentados em suas práticas pedagógicas e compartilhar estratégias bem-sucedidas para superá-los, além de refletirem sobre suas abordagens metodológicas, a fim de promover o diálogo e a cooperação entre diferentes grupos culturais. As experiências compartilhadas destacaram a importância de possibilitar a comunicação e expressão cultural dos alunos, essenciais ao diálogo intercultural, através do uso de tecnologias e dispositivos de tradução, bem como do emprego de linguagens não verbais, como dança e música.</p> Carolina Araújo da Rosa Jeruza Santos Nobre Magali Mendes de Menezes Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 141 161 A perspectiva do feminismo decolonial pela Associação de Mulheres da Comunidade Noiva do Cordeiro https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3014 <p>O texto propõe a discutir no âmbito do feminismo decolonial como a colonialidade do gênero se desenvolveu nos pensamentos latino-americanos e na autonomia de mulheres da Comunidade Noiva do Cordeiro - situada em uma área rural da cidade de Belo Vale – MG - pela interferência das colonialidades, do eurocentrismo e do controle de poder entre o Estado e algumas Igrejas. A crítica tem o intuito de encontrar caminhos para valorar a ruptura com o patriarcado religioso e com as desigualdades de gênero por meio das resistências do protagonismo feminino, ou seja, por meio do amor delas com elas mesmas como alternativa às influências de algumas religiões. A partir de um diálogo do feminismo decolonial com a teoria decolonial utilizou-se as propostas da filósofa argentina María Lugones para se refletir a respeito dos direitos humanos e constitucionais de cunho jurídico-sociológico na importância do rompimento de padrões advindos pelas heranças coloniais. Assim, este artigo tem a proposta de valorizar o feminismo decolonial e a teoria decolonial perante a institucionalização dos efeitos da diferença colonial a pessoas colonizadas por pessoas colonizadoras.</p> Natália de Souza Lisbôa Nayara Gonçalves Leijôto Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 162 182 Do “a comida é o de menos” ao “eu cozinho igual ou melhor que ele” https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3009 <p>O presente artigo visa analisar, de forma mais aprofundada, os dados obtidos nos trabalhos etnográficos de dissertação e tese de uma das autoras, ambos defendidos no Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria, em 2019 e 2023, respectivamente. Embora as questões de gênero não tenham sido o eixo central de tais empreendimentos acadêmicos, por se tratar de pesquisas sobre a comida e o comer, as mulheres, brasileiras na Colômbia e colombianas no Brasil, apareceram como as principais artífices de negociações, manutenções e transformações culinárias, principalmente entre aquelas que já eram mães. De forma comparativa, o artigo busca estabelecer um diálogo entre as trajetórias de vida de mulheres de gerações, nacionalidades, classes sociais e status migratório diferentes, com a intenção de salientar que, apesar das cozinhas e o cozinhar terem sido sempre caracterizados como espaços domésticos femininos em que a sobrecarga e desvalorização primam, quando no contexto dos deslocamentos, podem representar uma agência que lhes confere conhecimento e, por conseguinte, poder. No entanto, um olhar interseccional nos ajudará a compreender as nuances entre ambos os deslocamentos e as estratégias traçadas por elas.</p> Diana Patricia Bolaños Erazo Maria Catarina Chitolina Zanini Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 183 200 Maria Madalena e Paulo https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2872 <p>O tema deste artigo é o apostolado instituído pelo Ressuscitado e tem por objetivo principal refletir sobre os dois exemplos desse tipo de apostolado: Maria de Magdala e Paulo de Tarso. A metodologia utilizada é a análise literária dos textos bíblicos, com suporte bibliográfico de dicionários e comentadores. O percurso seguido considera primeiro o critério excludente presente em At 1,21-22. Em seguida, o exemplo de Maria e, na sequência, o de Paulo. Por fim, pondera a relação entre essas duas personagens na Igreja. O resultado da análise revela um processo de apagamento da figura de Maria e uma “propaganda” lucana em favor de Paulo.</p> Rita Maria Gomes Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 201 219 A violência contra as mulheres https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2854 <p>Este artigo aborda o tema da violência na Bíblia. De forma específica, a violência contra a mulher, tendo como pano de fundo, o caso do abuso sexual incestuoso de Amnom e Tamar, registrado em 2 Samuel 13. O estudo faz uma pesquisa exegética de alguns termos usados para violência no Antigo e Novo Testamentos, uma análise e estruturação mais pontual da narrativa de 2 Samuel 13 e um apanhado bibliográfico sobre a violência nos textos sagrados. Por fim, à luz do que foi evidenciado e analisado, infere-se, desse texto, que a violência é um assunto presente na Bíblia, nomeadamente no Antigo Testamento. Também, ressalta que os textos bíblicos que possuem uma linguagem ou termos que expressam violência, devem ser estudados com um cuidado hermenêutico, evitando interpretações ou aplicações descontextualizadas. Especialmente os textos bíblicos que envolvem questões de gênero.</p> Jhonathan James de Sousa Flávio Schmitt Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 220 237 “E eu não sou uma bicha preta pentecostal?” https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2669 <p>As igrejas inclusivas celebram a sexualidade “dissidente” como um dom do Deus criador. Elas surgem de lutas políticas, sociais e religiosas dos LGBTQI+ e, no Brasil, firmam-se na disputa pela identidade evangélica há aproximadamente 20 anos, reunindo uma diversidade de pessoas em termos de classe, faixa etária, gênero, sexo e raça. Apesar da grande diversidade existente nas igrejas inclusivas, as pesquisas sobre essas comunidades no Brasil têm dedicado pouca atenção especialmente aos aspectos relativos à participação e liderança de pessoas negras em suas fileiras. O presente artigo aborda essa participação e objetiva demonstrar a importância das igrejas inclusivas no processo de ressignificação das vidas de bichas pretas pentecostais diante da exclusão social por preconceito sexual, racial e religioso. Além de pesquisa bibliográfica, foram entrevistados três homens gays pentecostais cujas trajetórias religiosas em busca de acolhimento religioso se encontraram em uma das igrejas inclusivas mais pretas do Brasil: a Comunidade Nova Esperança.</p> Átila Augusto dos Santos Sandra Duarte de Souza Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 238 254 La presencia de Dios en 1 de Reyes 8:10-13 https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3021 <p>El estudio de la exegesis implica el conocer los diferentes métodos los cuales la componen, como también, reconocer la variedad y la intencionalidad que se le puede dar a un texto, al mostrar la relación directa e indirecta de la exegesis y la hermenéutica. Es por esto por lo que, este articulo tiene el interés de mostrar desde el punto exegético la intencionalidad hermenéutica sobre la búsqueda de lo femenino en las afirmaciones de sobre lo divino en la Sagrada Escritura. El presente texto se enfocará en la perícope de 1 Reyes 8:10-13, en el que se deja claro que la limitante del texto estará en el Antiguo Testamento, en especial en el deuteronomista para poder ver la intencionalidad del texto, las repercusiones y ver algunos destellos de las afirmaciones femeninas en las que se habla de Dios y su presencia.</p> Liria Andrea Suárez Preciado Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 255 266 Enfrentando e seguindo a tradição https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2745 <p>Este artigo aborda a trajetória de amina wadud no Islã contemporâneo, explorando suas lutas e conquistas em relação à discussão das relações desiguais de gênero a partir de uma leitura feminista do Alcorão. wadud busca fundamentar a defesa do feminismo nas escrituras do Islã, à margem do feminismo secular ocidental. Desta forma, para contextualizar sua atuação, contraporemos as histórias de vida de amina wadud com a de A’isha bint Abu Bakr, examinando suas representações de gênero e sua contraposição aos papéis estereotipados no ocidente das mulheres muçulmanas. Assim, o artigo examinará a trajetória de amina wadud e suas contribuições e analisará criticamente as perspectivas teóricas e debates contemporâneos sobre gênero, secularização e liberdade religiosa, buscando promover uma compreensão mais profunda das vozes femininas no Islã na busca por igualdade de gênero.</p> Mauricio de Oliveira Filho Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 267 284 Para as sobrecarregadas, o descanso de Jesus https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2746 <p>A pandemia de COVID-19 no Brasil trouxe, dentre muitas situações difíceis, a atenção e desvelamento de dinâmicas domésticas adoecedoras. Dentre elas, encontram-se as dinâmicas das relações de cuidado. Nas tensões e preocupações sobre o mercado financeiro e o trabalho produtivo, a urgência de cuidado trouxe uma percepção atenta à real importância desse trabalho nos lares, trabalho esse que existe muito antes da pandemia, e o quão defasado ele é em relação ao seu real custo. O trabalho de cuidado não remunerado afeta a vida, tempo, saúde física, mental de quem cuida. Em um espaço como o do Brasil, marcado pelas desigualdades sociais e forte religiosidade, há importância em ressaltar de que tipo de relação de cuidado se fala. Na base teórica tem-se Nadya Araújo Guimarães (2020), Adela Cortina (2020), Maria Clara Bingemer (1999), dentre outras autoras e autores. Essas perspectivas são importantes neste artigo para se propor uma presença de um Deus que também se manifesta no cuidado presente nas relações, que precisa ser refletido e apontado profeticamente em Jesus, Aquele que busca aliviar os fardos da humanidade.</p> Tainá Almeida Antunes Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 285 302 Representações sociais da docência https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2725 <p>Esse artigo investiga as representações sociais da docência nos discursos que tematizam a religiosidade e implicações com as questões de gênero. Observando as postagens digitais em homenagem ao Dia do Professor, em 2019, no Twitter, a pesquisa associa referenciais teóricos das representações sociais e da antropologia digital. Balizados pelos mundos de vida dos docentes, identificamos as produções de subjetividades, em diálogo com as relações intersubjetivas e com a disseminação transubjetiva de percepções; verificamos que a conduta desejada da docência desvincula a referência da prática cotidiana das atividades pedagógicas, centrando-se nos propósitos e expectativas que se esperam como resultado do trabalho educativo, o que nomeamos de resultância. A referência de conduta desejada é aludida à religiosa Irmã Dulce e aos votos vitalícios que ela fez ao se integrar ao convento, de pobreza, castidade e obediência. O que se espera dos profissionais da educação, em especial das professoras, é similar ao comportamento disseminado desde a Modernidade para as mães. Ou seja, indica a mesma conformação com condições de vida modestas, com a falta de priorização da vida pessoal e sem a possibilidade de questionamento do sistema imposto, tudo isso mantendo o afeto e o compromisso com o “dom” recebido.</p> Rondon Rosa Mônica Machado Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 303 325 As greves feministas na Argentina https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2743 <p>O artigo tem como objetivo analisar a atuação dos movimentos feministas na Argentina nos últimos anos, a partir da teoria dos afetos de Spinoza. Serão destacadas, em especial, as greves feministas ocorridas no país nos anos de 2016 a 2019, tendo como referência inicial a leitura do movimento grevista feita pela teórica feminista argentina Verónica Gago, em seu livro <em>A potência feminista ou o desejo de transformar tudo</em>. Em seguida, serão analisados alguns conceitos espinosanos trabalhados na terceira parte da <em>Ética</em>, relacionando-os com a temática em estudo. Conclui-se que a teoria de Spinoza é importante para pensar a potência, a ação, o desejo e a luta política na greve feminista.</p> Fernanda Andrade Almeida Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 326 340 Os textos do aborto https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2740 <p>O presente artigo disserta sobre uma questão ética que mobiliza profissionais da psicologia e do direito acerca da necessidade de se posicionarem diante da questão social e política do aborto seguro. Adotamos uma postura crítica em relação à pretensa neutralidade dos saberes e das técnicas profissionais, por entendermos que a construção do conhecimento situa em uma sociedade profundamente díspar em relação ao gênero, raça, classe, sexualidade e outros marcadores que estabelecem uma distribuição desigual da precariedade de vida sobre os corpos. Assim, partindo das contribuições de Sándor Ferenczi, o texto problematiza o caráter necessariamente traumático atribuído ao aborto, oferece visibilidade a outras pesquisas e narrativas que relacionam o aborto ao sentimento de alívio relatado pelas mulheres. Além disso, baseado em pesquisas e posicionamentos, tanto da Organizações das Nações Unidas quanto da Organização Mundial de Saúde, chama a atenção para o papel dos profissionais de saúde mental diante da tortura e do trauma que podem marcar uma gravidez indesejada levada a termo – uma interface incontornável com os direitos humanos. A partir de um pequeno texto literário, pensamos o papel da psicologia, desde espectro feminista, para escutar, ler e turvar as palavras (e seus sentidos) que envolvem o evento aborto, de modo a romper com o silêncio e acolher essas histórias que não estão sendo contadas.</p> Camila Noguez Domenique Assis Goulart Maíra Freitas Barbosa Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 341 364 "Teus olhos têm lágrimas, assim como os meus" https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2850 <p>O presente artigo tem como cenário a influência cultural e religiosa do hinduísmo no estabelecimento de uma sociedade e governo altamente patriarcal e machista no Nepal do final do século XIX e decorrer do século XX. O propósito principal é apresentar a história de vida e a potência do ativismo poético de Yogmaya Neupane, mulher nepalesa progressista e pioneira na luta pelos direitos das mulheres de seu povo durante a dinastia Rana. A principal referência acadêmica aos estudos sobre a vida e a obra de Yogmaya são da autora Bárbara Aziz, presentes ao longo do texto com versos que foram traduzidos do nepalês. Conclui-se que a poetiza e líder espiritual contribuiu significativamente para o nascimento dos ideais feministas junto ao seu povo e, ainda hoje, permanece como ícone entre os movimentos sociais e acadêmicos pelas mulheres e menos favorecidos.</p> Sílvia Ester Orrú Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 365 385 Expediente https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3100 Daniéli Busanello Krob Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 1 2 Apresentação https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3101 Marcia Blasi Lori Altmann Ana Paula Moutinho Ferraz Daniéli Busanello Krob Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 3 7 Entrevista com Cirlei Müller Hennsler https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3019 <p>A entrevista a seguir foi realizada com o intuito de estudar de maneira mais aprofundada as memórias de mulheres que ainda vivem no interior da cidade de Taquara e que preservam muito dos costumes, da religiosidade e da história dos primeiros imigrantes alemães no Rio Grande do Sul. A entrevista faz parte da dissertação de mestrado que tem por título: “Vozes e silêncios: memória, identidade, religiosidade e representação da mulher “colona” na comunidade do Rio da Ilha”.</p> Ana Paula Moutinho Ferraz Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 390 400 Apartheid Luterano https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2962 <p>Poema construido com base em duas Igrejas Luteranas de Canguçu - RS, cujos templos separavam pessoas brancas de negras. A poesia contra com ilustrações feitas por três estudantes de Ensino Médio do Colégio Klaxon, representando Lutero, um homem escravizado do século XIX e uma mulher descendente de alemães, também do século XIX.&nbsp;</p> Orlando Caldeira de Farias Junior Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 401 403 Terra e mães https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/2996 <p>É um poema-oração, escrito durante a vivência da tragédia climática no Rio Grande do Sul, em maio de 2024, para o Dia das Mães.</p> Renate Gierus Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 404 404 O feminino e a descentralização https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3001 <p>Cordel sobre o femino e o fenômeno da descentralização.</p> Ramilis Rodrigues Chaves Maria Hellen Santana Pereira Ives Romero Tavares do Nascimento Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 405 407 Velho vestido de riscado https://revistas.est.edu.br/genero/article/view/3011 <p>Poesia.</p> Louraini Christman Copyright (c) 2024 COISAS DO GÊNERO: REVISTA DE ESTUDOS FEMINISTAS EM TEOLOGIA E RELIGIÃO https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0 2024-09-04 2024-09-04 10 1 408 409