Embranquecimento das religiões de matriz africana
Um paradoxo entre apropriação cultural e resistência
Palavras-chave:
Religião, Embranquecimento, CulturaResumo
O presente trabalho objetiva abordar as possíveis formas de embranquecimento das religiões de matriz africana e como essa ferramenta é utilizada como biopoder da manifestação cultural e dos corpos pretos, e até mesmo da necessidade de desmistificação (e consequentemente desidentificação) do desconhecido, para então, assim, serem praticadas também por pessoas brancas. Como forma de resistência, as pessoas negras tiveram que adaptar-se para vencer a visão estigmatizada e manter as tradições. Nesse sentido, busca-se identificar que o embranquecimento da Umbanda e do Candomblé, no Brasil, também decorre da resistência da população negra, através do sincretismo religioso, para cultuar seus orixás e manifestarem-se de forma plena, sem (ao menos como forma de tentativa) censura ou preconceito. Assim, o presente artigo busca elucidar sobre essa ambiguidade entre apropriação cultural e resistência para livre manifestação da religião e da cultura.