DIVERSIDADE RELIGIOSA E CULTURA:
COMO AS ESCOLAS ESTADUAIS DA CIDADE DE RECIFE DISCUTEM AS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS NO CONTEXTO DO ENSINO DE HISTÓRIA DA ÁFRICA
Palavras-chave:
ensino de História da África, Religiões Afro-brasileiras, Lei 10.639/03Resumo
Este artigo é fruto de resultados parciais de pesquisa que se encontra em andamento e que foi aprovada pelo pleno do Departamento de Fundamentos Sócio-Filosóficos da Educação da UFPE em março de 2017 e que tem duração até março de 2019. Nela se analisa as percepções de atores sociais envolvidos na rede estadual de ensino da cidade de Recife, estado de Pernambuco, acerca de questões como diversidade e (in) tolerância religiosa e isso é feito a partir de discursos sobre o ensino de História da África, Cultura africana e afro-brasileira, envolvendo as religiões Candomblé e Umbanda. As percepções dos atores estão sendo colhidas através de entrevistas com gestores, professores e representantes da Secretaria de Educação, considerando as relações étnico-raciais como imbricadas ao processo de aceitação e reconhecimento das religiões africanas no Brasil. Assim, realiza-se um trabalho metodológico com base na Análise do Discurso (AD) de vertente francesa, representada por Michel Pêcheux e Eni Orlandi, e um teórico, pautado na Teoria do Discurso (TD) elaborada por Ernesto Laclau. O exame dos dados, até o presente momento, tem sinalizado para um discurso hegemônico que rejeita as religiões de matriz africana como temática relevante no ensino de História da África, esboçando preconceitos e estigmas sociais e raciais devido, sobretudo a forte presença de uma ideologia cristã, de vertente evangélica, entre a comunidade que compõe e representa os espaços escolares pesquisados.